segunda-feira, 6 de maio de 2013

Coisas de pensar - Os manuais escolares de amanhã



Gosto de tecnologia pelo mesmo motivo que gosto de um sem fim de outras coisas, demasiadas para enumerar aqui e agora. E esse motivo é o seu potencial.

Gosto de tablets, e quando penso nestes, não só me ocorre todo um universo de novas expressões, tão recentes quanto a própria tecnologia, que já ganharam espaço no nosso vocabulário e na nossa vida quotidiana como app's e cloud, mas vislumbro, imagino algumas das suas possíveis aplicações.

Ultimamente quando penso em tablets, penso em manuais escolares. Os mesmos que ainda há semanas eram o objecto de algumas parangonas nos jornais, onde se noticiavam os preços dos mesmos - acima da inflação, demasiado elevados para muitas famílias, onde o orçamento familiar é cada vez mais reduzido e obriga a uma gestão mais do que rigorosa, quase de carácter milagroso.

Acredito que as nosso sistema de ensino necessita de uma reestruturação profunda e isso passa, inevitavelmente, pela temática dos manuais escolares.

Se quisesse fazer uma introdução à história do manual escolar em Portugal, de uma forma extremamente resumida e simplista, diria que passámos do oito para o oitenta - do manual único dos tempos da ditadura, com tudo o que isso implica, para o cenário comtemporâneo marcado sobretudo pelo mercantilismo. Onde todos os anos lectivos, ou quase, a oferta em termos de manuais é marcada pela introdução de novos títulos, tornando os livros do ano interior obsoletos, totalmente descartáveis, impossíveis de reaproveitar na mão de novos alunos.

Tudo porque as editoras prosperam sobretudo, (como acontece com todas as empresas em todas as áreas de mercado), se a vida útil dos produtos for curta, para que as pessoas se vejam obrigadas a comprar o mesmo produto, numa frequência cada vez maior.

Imagino um futuro próximo onde ao invés de pilhas de livros e mochilas pesadas, os alunos acedam a todos os manuais escolares, livros de apoio, dicionários e afins através de um tablet. O papel fica reservado aos cadernos onde se treinam a caligrafia e o desenho.

Sim é possível e é, sem qualquer dúvida, mais acessível para as famílias. Que pelo preço de dois dos manuais mais caros compra-se um tablet!

Imaginem, ter todos os vossos manuais - não só daquele ano lectivo, mas de todos - armazenados na cloud, possíveis de serem consultados em dois cliques. Imaginem o fim do ritual da compra dos manuais - as reservas dos mesmos, os atrasos, o preço. Sim, o preço - porque sendo a impressão colocada de parte, os custos do fabrico de cada manual seria reduzido exponencialmente, logo também o seu preço.
Os professores também veriam a sua tarefa mais simplificada - a formalidade quase impossível a que estes são obrigados para requisição de material de apoio às aulas, (porque nunca há leitores de cd's ou retroprojectores suficientes numa escola para cobrir minimamente as necessidades e os desejos de todos), seria coisa do passado.
Se cada aluno tivesse um tablet, o acesso aos conteúdos multimédia poderia ser feito sem limitações, logo as aulas seriam mais interessantes, ricas em forma e conteúdo, apelativas, tanto para os alunos como para os próprios docentes.
Estes veriam multiplicada a escolha de conteúdos ao seu dispôr - não estariam presos a um só manual da disciplina, mas poderiam optar pela melhor oferta de conteúdos de capítulo em capítulo.
Seria o fim das faltas de material e das mochilas pesadas.

O papel das editoras continuaria a ser o mesmo - a elaboração e venda de manuais, mas noutro formato.

E é também nisto que penso quando pego no tablet - no potencial das salas de aula de amanhã.













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