terça-feira, 18 de agosto de 2015

Antropoformização involuntária #2



Sempre que metemos por uma rua específica, o Kiko puxa-me qual cão de trenó e tenta, com todas as suas forças, arrastar-me para dentro da clínica veterinária.

Os meus gatos odiavam ter que sair de casa, especialmente se fosse para ir a uma consulta veterinária. Recordarei para sempre o quanto era difícil força-los a entrar na transportadora. De como abriam as patas, tal como num cartoon, e as prendiam em redor da abertura da caixa. Ainda cheguei, algumas vezes, a ter que telefonar para reagendar o que quer que fosse que estivesse marcado, porque não havia maneira de os meter lá dentro.

Assim, foi com dupla, tripla ou até quádrupla estupefação que me deixei ser arrastada pelo Kiko até à clínica das primeiras vezes. Aquele cão adora mesmo lá ir. Fica delirante de tanta alegria, histérico mesmo, e não há pica ou termómetro no rabo que arrefeçam tamanho entusiasmo.

As pessoas com quem me cruzo por lá ficam igualmente incrédulas. Normalmente os seus animais fazem é birra para não ir.

"Ai que giro! Nunca vi! - dizem.

Ao que eu respondo: "Se calhar, quando for grande quer ser veterinário!".

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