quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

coisas sobre mim #3: Algumas das minhas excentricidades.



Com o passar dos anos fui adquirindo algumas excentricidades. Chamemos-lhe assim.

Por exemplo, há anos que deixei de conduzir, porque é algo que me deixa os nervos em frangalhos. Honestamente, em nome da segurança rodoviária, há por aí um mar de gente que deveria seguir o meu exemplo.
Na realidade, até não era das piores condutoras que andam por aí. Talvez inexperiente, sim, mas cumpridora e com bom senso. Que até passei nos exames à primeira, e nem sequer foi numa daquelas "escolas de condução" onde há quem pague para tirar a carta num fim de semana.
Mas, houve um momento em que me apercebi que já não tinha estaleca para entrar no modo de condução defensiva que acredito ser necessário para nos proteger dos maus exemplos de muitos condutores com quem partilhamos as estradas, e as más condições de algumas das mesmas.

O que perdi em autonomia e mobilidade, ganhei em paz de espírito. Só por isso valeu a pena.
Se penso voltar a conduzir? Em princípio não. Mas se mudar de ideias, garanto-vos que invisto num curso de condução defensiva e evasiva antes de regressar às nossas estradas.

Outra excentricidade que devo assumir, é que, no contexto de uma qualquer reunião social passei a preferir almoços a jantares. Tornou-se uma preferência tão vincada que já nem lembro da última vez que aceitei o convite para um jantar que não fosse com familiares. Muito provavelmente nem volto a alinhar em nenhum, a não ser que aconteça num dos muitos spots existentes num raio suficientemente próximo da minha casa para me deixar confortável.

Que diferença faz ser almoço ou jantar? Para mim, senhores, desculpem o trocadilho, mas é do dia para a noite!

É que, tendo em conta que o local escolhido para a grande maioria destes jantares de grupo fica invariavelmente em Lisboa, ir exige rebelar-me contra a minha natureza. Seja porque tenho que obrigar o marido a ir, o que para ele é geralmente uma seca, e não tenho feitio para isso, ou para aceitar que ele me vá buscar, coisa que mesmo quando ele oferece eu recuso porque não tenho feitio para isso.
Também não tenho feitio para aceitar que alguém me dê boleia para casa, porque é chato, pesa e é um incómodo, especialmente quando falamos de algumas dezenas de quilómetros. Nada que já não tivéssemos feito por outras pessoas, mas não me deixa à vontade. Coisa que está absolutamente fora de questão depois um jantar bem regado, assim como enfiar-me num transporte público a essas horas ou pagar a astronómica tarifa de táxi. Tenho melhores coisas para fazer ao dinheiro.

Um almoço permite-me autonomia e tranquilidade. Se for daqueles eventos que o marido dispensa ou não possa atender, chegar a Lisboa não me implica mais que uma viagem de comboio que em pouco ultrapassa a meia hora.

Pronto, está confessado o motivo porque nunca alinho em jantares. Organizem antes um almoço e terei todo o gosto em rever colegas, amigos e amigas, familiares distantes...
Podem contar comigo para meter a conversa em dia, distribuir sorrisos e abraços, mas só em almoços!



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