segunda-feira, 30 de maio de 2016

coisas da casa: As casas inclusivas



No Museu das Comunicações, que fica na Rua do Instituto Industrial, nº 16, em Lisboa, foi inaugurada, em 2003, a "Casa do Futuro Interactiva".
É uma exposição permanente onde o cenário de uma casa serve para apresentar o conceito de domótica através de um conjunto de várias tecnologias com funções várias, desde a segurança, entretenimento, inteacção à distância, entre outras.

Esta foi a primeira fase do projecto. Na sua segunda fase, este humanizou-se e evoluiu para o que é a "Casa do Futuro Inclusiva", que a página da Fundação descreve da seguinte forma:

"Apelar à consciência social, em especial à das gerações vindouras, para a problemática da deficiência e da velhice, desdramatizando-a e aceitando-a, foi o que levou a Fundação Portuguesa das Comunicações a renovar esta exposição.

A «Casa do Futuro» tornou-se Inclusiva, isto é, humanizou-se. Pessoas com necessidades especiais ligadas à mobilidade, à cognição, à visão, à audição e à fala, têm hoje, à sua disposição, tecnologias preparadas para as ajudar a integrar-se mais facilmente no seu universo de vida.

Para tal, foi necessário criar novos espaços e alterar alguns dos existentes, introduzindo-se novos equipamentos e funcionalidades e foi acrescentada a «Suite da Avó». O objetivo deste quarto é demonstrar que, com as novas tecnologias, os idosos podem usufruir de melhores condições de conforto, de vigilância e de comunicação junto das suas famílias."






Todas as pessoas, inclusive as idosas e as portadoras de deficiência, merecem viver numa casa e num mundo que esteja adaptado ás suas necessidades, de forma a possibilitar o máximo de conforto, qualidade de vida e autonomia.
Da mesma forma que as nossas casas não estão preparadas à priori para a chegada de um bebé, também estas precisam de sofrer alterações para se adaptarem às necessidades impostas quer pela idade, quer pela saúde.
Enquanto a grande maioria dos edifícios, de habitação e outros, não forem criados de raiz de forma a serem considerados inclusivos e capazes de servirem da melhor forma a pessoa em todos os estágios da sua vida, é importante falar sobre este tema.
Mais importante ainda é inspirar o mercado a satisfazer esta enorme necessidade e lacuna, seja através de gabinetes de arquitectura e profissionais de obras que alarguem a sua actividade, tornando-se também especialistas em preparar habitações para pessoas de idade ou portadoras de deficiência, seja também através da disponibilização dos produtos que permitem esta mesma adaptação no máximo possível de lojas, de forma a que sejam totalmente acessíveis.

Quando falamos em pessoas idosas, (e faço questão de incidir uma especial atenção neste nicho, visto termos uma população envelhecida), uma casa adaptada às suas necessidades faz a diferença do mundo. Algumas mudanças permite-lhes prolongar uma vida autónoma. Nunca devemos desvalorizar a importância que tem nas nossas vidas, na nossa psique, na nossa felicidade, esta capacidade. Na mesma medida, quanto mais autonomia tiver a pessoa idosa, menor a carga para os seus cuidadores.


Algumas das alterações aconselhadas numa casa pensada para pessoas idosas:


- Camas, sofás, cadeiras e cadeirões devem ter uma altura que permita a pessoa ter os pés bem assentes no chão quando sentada.
- As camas articuladas são uma opção mais confortável, por também facilitarem os movimentos, para todos os idosos, mesmo aqueles que não se encontram acamados.
- O quarto da pessoa idosa deve estar o mais próximo possível da casa de banho, e preferencialmente situar-se no piso térreo.
- Não devem existir tapetes pois é muito fácil para um idoso tropeçar. Caso existam devem ser de pêlo curto e estarem colados ao chão com fita adesiva de face dupla.
- Na casa de banho a banheira deve ser substituída por duche, preferencialmente um em que a base seja plana e antiderrapante. Neste deve existir um banco e corrimões.
- Idealmente a sanita deverá ser elevada em cerca de 10 centímetros e possuir barras de apoio laterais. Existem assentos especiais caso não seja possível ou não se queira trocar a sanita.
- O pavimento da habitação deverá ser antiderrapante especialmente em zonas como a casa de banho, e de circulação.
- As maçanetas e puxadores deverão ser de modelo alavanca e nunca esféricas.
- As paredes deverão ser de cores claras. Cores vivas e contrastantes deverão ser utilizadas em pormenores como maçanetas, puxadores, tomadas, interruptores, degraus e outros obstáculos.
- O aquecimento deverá ser providenciado através de ar condicionado e nunca através de equipamentos que podem dar origem a acidentes como braseiras eléctricas, aquecedores a gás, etc.
- É importante que toda a habitação seja bem iluminada, mas que a escolha de luzes não encandeie. Nas zonas de circulação, em particular no percurso entre o quarto e a casa de banho são aconselhadas luzes com sensores de movimento.
- As portas deverão ser largas e o espaço de circulação preservado.
- É importante que tudo esteja à mão, todos os armários, especialmente os de cozinha devem ser repensados. Tomadas e interruptores também devem estar ao mesmo nível.
- Os electrodomésticos que funcionem a gás devem ter sistema de segurança como válvula corta-gás.
- As torneiras monocomando são as mais aconselhadas.
- Alguns móveis, como a mesinha de cabeceira, devem ter os cantos arredondados e estarem fixos à parede.

Mais aqui.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

coisas de opinar: Os reais problemas da Educação



Quanto à questão dos contratos de associação ainda há muito para ser feito, mas nada mais para ser dito que possa acrescentar valor ao debate.

No entanto, para quem andou de cabeça no ar, fica aqui a explicação mais clara e sucinta, com direito a ilustrações e tudo, que encontrei.





Eu gosto de debates, especialmente quando inteligentes, sérios e quando existe uma real intenção de fazer uma análise profunda, alcançar a raiz dos problemas e encontrar possíveis soluções. Tipo um brainstorming.

Eu gosto muito dos debates que incidem sobre os pilares da sociedade. A Educação é um desses pilares, assim como a Saúde, a Segurança, entre outros. Há sectores, temáticas, tão, mas tão importantes, que são a espinha dorsal de qualquer nação. A qualidade de quem e do que somos, a capacidade de aspirar a mais e melhor, depende directamente da força dos nossos pilares, como acontece com qualquer edifício.

Talvez ainda carregue traços de ingenuidade, mas a cada debate que vai surgindo renova-se a minha esperança de que seja finalmente esta a vez que se esmiúce o tema como deve ser, se escarafunche o furúnculo doa a quem a doer, e se inicie a cura da doença e não só o alívio da sintomática.

A Educação é uma causa muito importante para mim, assim como é tudo aquilo que considero um pilar da sociedade. E deveria ser para todos, não só para quem tem miúdos em idade escolar ou é profissional da área. Simplesmente porque de uma fraca educação, resultam fracos cidadãos, fracos indivíduos. E o mundo precisa urgentemente de melhores pessoas, de novas gerações que ultrapassem sempre a anterior no barómetro da evolução, e não que fiquem aquém.

A Escola é um conceito que tem que ser repensado e redesenhado. A que existe, a meu ver, não satisfaz os propósitos mais elevados.
Merecemos melhor do que crianças dopadas com Ritalina porque pais, pediatras e educadoras não sabem, e provavelmente nem lhes apetece lidar com crianças enérgicas, normais, expressivas, quanto mais intervir com aquelas que necessitam de ser disciplinadas.

Merecemos um sistema de ensino de excelência, que se dedique em primeiro lugar à formação de indivíduos de valor, com princípios e bom carácter, e em segundo à transmissão de conhecimentos e matérias. Se há que definir prioridades, esta é a ordem que defendo.

Se é possível fazê-lo hoje em dia? Nem pensar! E porquê? Onde reside o problema?
Maldita cabecinha pensadora que disseminou, anos atrás, o conceito que a educação das crianças é tarefa única dos pais. Que a escola serve somente para ensinar matérias, fazer cumprir programas e avaliar. Talvez seja um conceito possível de aplicar nas universidades, mas o resultado de se seguir este dogma em todos os anos de escolaridade está à vista: bullying, desrespeito para com o pessoal docente e auxiliar, roubos, agressões físicas e verbais, insegurança, consumo de álcool, tabaco e cannabis, e até preservativos usados se encontram nos recintos escolares.

A Educação começa em casa, sim senhor, mas deve ser continuada nas escolas e em todos os locais frequentados por jovens. Diz o adágio e muito bem que é necessária toda uma aldeia para criar uma criança, portanto é dever de todo o adulto intervir quando se depara com uma qualquer situação que não siga os conformes dos bons princípios.

Da mesma forma que os pais passam muitas horas no emprego, também os alunos passam muitas horas na escola. Em todo esse tempo existem mil janelas de oportunidade para que algo aconteça.
Os pais confiam os filhos às escolas. Não só esperam que estes aprendam de forma bem sucedida um conjunto de matérias, mas que estejam num ambiente seguro e que lhes seja exigido um comportamento dentro de parâmetros aceitáveis. De preferência que se lhes seja dada a oportunidade, como pais, de ver a prole florescer em todos os sentidos. Algo só possível quando há trabalho de equipa entre pais, escola e sociedade.
É errado a todos os níveis que as escolas se dissociem desta responsabilidade. Enfurece-me e preocupa-me haver quem tenha escolhido a área da educação sem a noção, sem querer aceitar, que é uma vocação que envolve meter as mãos na massa em relação ao desenvolvimento de um ser, em todas as suas dimensões, não só a intelectual.
Perdoem-me a franqueza, mas se é só debitar matéria que vos enche as medidas, ide escrever artigos para a wikipédia.

Se disserem que não estão reunidas as condições para tal, que faltam pessoas, meios, etc, isso é bem diferente do discurso do "não quero saber, não é problema meu".
Aí, é função do Estado providenciar os meios necessários para o sucesso.

Acredito que este é um dos mais sérios e reais problemas do nosso sistema educativo. Afinal, as mais belas rosas surgem sob o olhar atento do jardineiro. Só as ervas daninhas se dão bem ao deus dará.


terça-feira, 17 de maio de 2016

coisas que me irritam: Uma mensagem às Senhoras Fisioterapeutas e Massagistas em geral



No tempo da Maria Cachucha, quando era uma miúda, e servia às mesas durante as férias num hotel de quatro estrelas, havia algo que não sei se as novas gerações de empresários e colaboradores já ouviram falar, que se chama "código de vestuário".
Ora bem, no código que me regia haviam regras de senso comum de forma a sublinhar o quão é importante a apresentação e a higiene pessoal quando se lida com pessoas e bens alimentares. Por exemplo, era requerido que as unhas estivessem impecavelmente arranjadas, curtas, e se pintadas, que fosse com verniz transparente ou uma cor subtil e de bom gosto, e sem estar "descascado". O mesmo princípio era aplicado à maquilhagem e adornos pessoais, para quem usasse, que afinal ali não era o cabaret da coxa.
O uso de perfumes de aroma intenso também era desaconselhado, e os cabelos deveriam ser usados curtos ou apanhados. Afinal quem é que gosta de apanhar um cabelo na comida, não é?

Este tipo de regras são comuns a todas as áreas profissionais, com variações dependentes de cada situação. Mas o princípio está lá: as escolhas pessoais que fazemos em relação à nossa imagem não devem interferir com a capacidade de prestar um bom serviço.

E o que é isto tem a ver com fisioterapia, massagens e afins? Tudo.

Os meus pais andam a fazer sessões de fisioterapia. Para quem está doente, é essencial que cada sessão corra bem e conte para a sua reabilitação.
No local onde lhes prestam estes cuidados entrou há pouco tempo uma novata. Dá umas massagens de merda, desculpem-me a frontalidade e o linguajar. O maior problema não é, de todo, a sua falta de experiência, mas as compridas unhas de gel. Tem tanto jeito para a coisa como o Eduardo Mãos de Tesoura. Por causa do raio das unhas não consegue fazer mais do que tocar nos pacientes com a ponta dos dedos.

Faltam dois dedos de testa à novata por ir para o trabalho com unhas de gel. Faltam dois dedos a quem ensina estes profissionais por não lhes ensinarem estas coisas básicas. Faltam dois dedos de testa a quem trabalha com ela, sobretudo aos superiores, que no primeiro contacto lhe deveriam ter dito, de forma bem inequívoca, que se quiser trabalhar as unhas vão fora.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

cromices #129: Era metê-los a todos a caminho de Fátima, ou ode aos closets.



Acabei de limpar e reorganizar o armário do meu homem.

Por cada casa construída nos últimos vinte anos sem closet, deveria haver um arquitecto e um construtor que fossem, em penitência, a Fátima. De joelhos.

Odeio a mania do género masculino de confundir as necessidades das mulheres com caprichos.
Tenho para mim que um closet é quase uma coisa de primeira necessidade. Poupa trabalho e sobretudo, poupa na paciência. Deixa de haver roupa, sapatos, trapos e trapinhos espalhados por locais que não lembra ao demo. É um sistema de arrumação quase inexpugnável. Quando bem pensado e organizado dificilmente cede ao humano mais desarrumado.

Um closet dá-nos anos de vida. Aqueles que se perde de cada vez que se ouve "onde está aquilo ou aqueloutro". Uma pessoa sabendo que há-de estar ali, no seu sítio. Pode é não estar exactamente à frente do nariz. Pois num closet está tudo "in your face". Não há que enganar.

coisas sobre mim: gosto, não gosto.



Gosto de música. Não gosto de barulho.
Gosto de quem liga para saber de nós. Não gosto de quem só liga para pedir algo.
Gosto de dar. Não gosto de quem só gosta de receber.
Gosto de debates. Não gosto de discussões.
Gosto de opções. Não gosto de obrigações.
Gosto de gente simples. Não gosto de simplórios.
Gosto de quem oferece ajuda. Não gosto de pedir ajuda.
Gosto de algumas regras. Não gosto de quem quebra regras sem um bom motivo.
Gosto de "bom astral". Não gosto de pessoas tóxicas.
Gosto de tomar as minhas decisões. Não gosto quando me tentam obrigar a algo.
Gosto de receber. Não gosto de quem dá por obrigação.
Gosto que discordem de mim. Não gosto que me critiquem.
Gosto de boas conversas. Não gosto de quem aproveita todas as conversas para despejar os seus problemas.
Gosto de andar a pé. Não gosto de conduzir.
Gosto de boa educação. Não gosto de formalidades em excesso.
Gosto de quem bebe com moderação. Não gosto de bêbados.
Gosto do "caminho do meio". Não gosto de extremismo nem radicalismos.
Gosto de quase todos os animais. Não gosto de quem não gosta de animais.
Gosto de mim. Não gosto de tudo em mim.
Gosto de gente inteligente. Não gosto de quem acha que sabe tudo e tem sempre razão.
Gosto de pessoas. Não gosto de todas as pessoas.
Gosto da minha família. Não gosto de todos os meus familiares.
Gosto de franqueza. Não gosto de quem usa a palavra com o intuito de magoar e humilhar.
Gosto de comédias, filmes de acção e fantasia. Não gosto de filmes de terror.
Gosto de documentários. Não gosto da grande maioria dos reality shows.
Gosto de algumas séries. Não gosto de telenovelas.
Gosto do meu cão. Não gosto de quem não gosta do meu cão.
Gosto de me sentir segura. Não gosto de quem me faz sentir insegura.
Gosto de flirts. Não gosto de gente oferecida.
Gosto de ler. Não gosto de todos os livros.
Gosto de princípios. Não gosto de quem não os tem.
Gosto de lógica. Não gosto de irracionalidade.
Gosto das rotinas que escolho. Não gosto das rotinas que me são impostas.
Gosto de dizer não. Não gosto de quem não sabe ouvir um não.
Gosto de dizer sim. Não gosto de quem nunca ponderou ouvir algo que não um sim, de quem conta com o ovo no cu da galinha.
Gosto de serenidade. Não gosto de quem se exalta por tudo e por nada.
Gosto de dormir. Não gosto de ser acordada abruptamente.
Gosto de estar em casa. Não gosto de sair só porque sim.
Gosto de alguns desportos. Não gosto de futebol.
Gosto de crianças. Não gosto de crianças mal educadas.
Gosto de ruas limpas. Não gosto de quem não deita o lixo no lixo, não apanha os dejectos dos cães e cospe para o chão.
Gosto de resolver logo as coisas. Não gosto de quem fica a remoer ad eternum na mesma questão.
Gosto de romantismo. Não gosto de lamechices.
Gosto de coisas bonitas e bem feitas. Não gosto do preço das coisas bonitas e bem feitas.
Gosto quando faço algo bem. Não gosto de falhar.
Gosto de sonhar. Não gosto de não saber materializar muitos sonhos.
Gosto de gente capaz e bem resolvida. Não gosto de quem é uma cruz na vida dos outros, podendo não o ser.
Gosto de gente curiosa. Não gosto de gente cusca.
Gosto de amor-próprio. Não gosto de quem não se sabe amar, e vira inevitavelmente uma pessoa amarga porque deu mais do que tinha e do que era.
Gosto das formigas. Não gosto das cigarras.
Gosto das formigas que, de vez em quando, com conta e medida, brincam às cigarras. Não gosto das cigarras que só sabem ser cigarras, porque pensam poder contar com as formigas.
Gosto de saúde. Não gosto das limitações que a falta desta me impõem.






segunda-feira, 9 de maio de 2016

Quando os homens falam de amor #69






Quando os homens falam de amor #68






coisas que gosto: Maravilhosa nanotecnologia!



Michio Kaku é um famoso físico teórico japonês. Considerado um dos maiores físicos teóricos da actualidade, Kaku é tão conhecido pela sua Teoria das Cordas, da qual é co-criador, como da sua paixão por sci-fi e presença em variados documentários e programas televisivos.

Ontem apanhámo-lo num divertido programa em que se propunha a desenvolver uma forma de construir um sabre de luz como os do Star Wars, que partilho convosco mais abaixo.

Uma das questões remetia-se à imensa quantidade de energia necessária para alimentar tal arma, similar à utilizada para sustentar uma pequena cidade. A segunda questão em relação à fonte de energia era a sua dimensão: o que seria capaz de produzir tamanha energia que coubesse num punho de 12,5 cm?
A resposta encontra-se na nanotecnologia.

Mais especificamente em biliões de nano cabos supercondutores, feitos de carbono, que é uma das três matérias vivas mais abundantes, em conjunto com o hidrogénio e o oxigénio. Os cientistas ainda não conhecem exactamente as razões porque nano cabos feitos de carbono de replicam tão rapidamente em laboratório.

Kaku não conseguiu materializar um sabre de luz, mas idealizou um plano para a sua construção usando tecnologias que poderão ser viáveis e aplicáveis em cinquenta anos. Quem sabe, menos.
Desde ontem que não consigo deixar de pensar nas inúmeras aplicações desta "fonte de energia".

As sociedades humanas não existem sem energia, mas o uso de combustíveis poluentes, radioactivos, tóxicos, nunca foram uma escolha sensata, nem para a nossa espécie, nem para nenhuma outra forma de vida deste planeta.

Quando a ideia expressa neste programa se materializar teremos finalmente acesso a energia limpa, quase ilimitada.
Imagino-nos a carregar uma bateria do tamanho dos cartões sd que utilizamos nos telemóveis e máquinas fotográficas, inseri-la numa qualquer ranhura de um veículo ou de casa e esta ser mais que suficiente para todos os nossos gastos energéticos, sem quaisquer emissões poluentes ou perigos para a saúde ou meio-ambiente. E, a custos mínimos, logo acessível a todas as pessoas, independentemente do país onde vivam, pois o carbono abunda no universo.






domingo, 8 de maio de 2016

Ideias de negócio: A urgente necessidade de micro empreendedores


Para mim, as melhores ideias de negócio serão sempre aquelas que conseguem colmatar uma real necessidade, em detrimento daquelas que dependem de uma estratégia mercantilista que crie essa noção.

Há umas semanas, estava na esplanada de nariz encostado ao portátil, bastante focada no que procurava. As conversas de quem me acompanhava passavam-me quase totalmente ao lado. Das poucas vezes que os encarava pareceu-me que a amiga do meu amigo se queixava. De falta de dinheiro, acho eu. Saltitava entre possíveis ideias para aumentar os rendimentos.
Enfiei ainda mais o nariz no monitor. Como só a vi um par de vezes faltava-me a confiança, a intimidade, o à-vontade necessários para ser honesta sobre tais ideias, se se decidisse virar para mim.

Um par de dias mais tarde voltei a lembrar-me dessa "amiga do meu amigo", após dois dedos de conversa com uma das senhoras octogenárias com que me cruzo habitualmente durante os passeios com o Kiko. A Dona F. falava-me do quanto lhe custa tratar das coisas em casa, do muito que já não pode fazer, de quanta falta lhe faz o autocarro que antes passava ali na rua, que já não consegue caminhar até ali ou acolá. Que o que a safa é a senhora que lhe vem dar um jeito à casa, uma vez por semana, e que falta que esta lhe faz agora que está doente.

Lembrei-me também do quanto gosto de pessoas trabalhadoras e desenrascadas, do orgulho que tenho numa mão cheia de amigos, que independentemente de terem ou não canudo, da sua área de estudo ou trabalho, género, idade, ou qualquer outro, sem quaisquer ressabiamentos, preconceitos e afins, quando tardava quem lhes oferecesse trabalho, enquanto uma qualquer oportunidade relacionada com a sua área não aparecia não ficaram quietos e fizeram-se à vida: lavaram escadas, engomaram roupa para fora, limparam casas...

Gosto de quem, não encontrando oportunidades, as cria. Porque empreendedorismo é todo um mundo que não começa nem acaba atrás de uma secretária, nem acontece só em modelos de média e grande escala.

Gosto de quem entende que todo o trabalho, se honesto, é digno e necessário. Que um dos maiores pecados que cometemos enquanto sociedade é não dar o mesmo valor a todos os trabalhadores, quer sejam professores, empregados fabris, agricultores ou engenheiros.

Portanto para quem quiser arregaçar as mangas consigo vislumbrar algumas oportunidades: em qualquer aldeia, vila ou cidade não faltam pessoas idosas, que embora ainda consigam ser suficientemente autónomas para viverem nas suas casas e tratarem das suas vidinhas, o fazem com limitações e necessitam de uma mão.
São pessoas que precisam de ajuda com tarefas domésticas, das limpezas à preparação de refeições, (lembro-me da Dona M. que já me confessou ter-se esquecido do fogão aceso), alguns trabalhos de manutenção no lar, coisas às vezes tão simples como mudar lâmpadas. Que as acompanhem às consultas médicas, à farmácia, ao cemitério, (queixa-se a Dona F. que já não consegue visitar a campa do marido todas as semanas). Que as levem às compras, ou até que lhes façam as compras, nem que seja online.

Em todas as aldeias, vilas e cidades existe a necessidade real de pessoas, que não sendo nem fazendo propriamente o trabalho de técnicos especializados em geriatria, apoiem as pessoas de idade providenciando este tipo de serviços.
São necessários micro empreendedores, pessoas honestas, de confiança, empáticas, despachadas, assíduas e pontuais que se dediquem a este segmento.
As vantagens é que podem ser patrões de si mesmo, desenhar os próprios horários e nem sequer precisam de ir para longe para trabalhar. Aposto que mesmo à porta de casa serão capazes de encontrar cinco pessoas/ casas/ famílias que lhes ocupem a semana laboral.


segunda-feira, 2 de maio de 2016

Vida de cão: O dia em que D.Kiko Juan de Casanova não encantou


O Kiko é um sucesso com as meninas. Até a cadela mais encorpada, mais casmurra, mais intolerante se acaba por render aos seus encantos. Nem que seja porque um Jack Russell tem sempre mais energia e, eventualmente, acaba por vencê-las pelo cansaço.

D. Kiko é um gentleman, um cavalheiro: nunca tira o sorriso por mais patadas que leve de uma menina. E, mesmo depois de vencidas, exaustas, nunca vai além de umas lambidelas no focinho, e nariz perscrutador lá nas partes.

Como qualquer D. Juan ou Casanova que se preze, D. Kiko ama todas as fêmeas, independentemente da raça, idade ou porte. Pelo menos até esse amor ser correspondido na mesma medida. Pelo que já pude perceber, regra geral, quando uma fêmea retribui o entusiasmo na mesma dose, o dele esfria.

D. Kiko ama todas as fêmeas por igual. Democrático, o meu cavalheiro cão. Ou assim pensei eu.

É que D. Kiko nunca havia colocado os olhos e o faro numa fêmea da sua raça. Até hoje.
Nós, e dono e cadela, encetámos uma aproximação. A miúda não lhe passou cartão. O Kiko babou-se, ganiu, rosnou, chorou, arfou, roncou e sei lá que mais, tal a excitação. Tudo em 20 segundos. Horrorizou dono e cadela.
Mal puderam pisgaram-se para o carro. Não tivesse o miúdo bem preso pela trela ia atrás. Ainda me puxou com todas as forças para correr atrás do carro.

cromices #128: O que uma "mãe de cão" recebe no dia da Mãe?



Era o meu dia de me levantar cedinho para levar o Kiko à rua. Marido fê-lo por mim.
A seguir ao pequeno-almoço levou o miúdo a passear à praia. Não me apeteceu ir.

Ficar na cama mais um bocado e ter uma manhã livre? Boa marido! Na mouche!

Dois dos passeios da tarde ficaram por minha conta. O miúdo foi de um comportamento exemplar. Até fiquei parada a olhar para ele, à beira da estrada, num misto de estranheza e admiração: em todas as estradas que atravessámos durante o percurso, parou e sentou-se antes de eu ter tempo de soltar qualquer comando.
Inclusive fez questão de despachar logo o cocó. Boa miúdo!